O ASSESSOR DE IMPRENSA É JORNALISTA

Autor Texto: Jorge Soufen

Por que nós, assessores de imprensa, não somos vistos como jornalistas, mas como uma subcategoria de profissionais que “não conseguiram vaga” na redação?

Tenho me perguntando muito isso, ultimamente. E um post recente da Diana Ribeiro, que se viu em uma situação curiosa, me incentivou a escrever este.

Sou muito crítico em contrapor “jornalista” e “assessor de imprensa”. Você falaria em uma “DR” entre “médicos e infectologistas”, “artistas plásticos e pintores” ou “políticos e deputados”? A profissão abrange a função, PÔ!

Eu gosto de usar assim:
1) JORNALISTAS DE REDAÇÃO x JORNALISTAS DE AGÊNCIAS
2) REPÓRTERES, EDITORES, PRODUTORES… x ASSESSORES DE IMPRENSA

Detalhe bobo? Para mim, não. Como a sociedade nos vê, como o mercado nos valoriza, tudo reflete diretamente no nosso dia a dia profissional, e até pessoal, como a própria Diana narrou.

E tem mais uma dificuldade aí: se já somos desunidos dentro das redações, imagine a categoria inteira. Torna-se ainda mais difícil o sentimento de unicidade, o que ajuda a manter o desconhecimento sobre nossa profissão.

Como ajudar a mudar isso?

Primeiro, você sabe realmente explicar de forma didática o que é o trabalho de um assessor de imprensa? E o de um relações públicas?

Segundo, nós trabalhamos com a língua. Sabemos a força das palavras. É errado apresentar-se como assessor de imprensa? Não. Mas eu sempre procuro reforçar a profissão. “Olá, aqui é Tal, sou jornalista, assessor de imprensa da Empresa Tal.” Não é ego, é conscientização.

Terceiro, enxergar e reforçar esta mudança gradativa, de maior destaque do jornalismo corporativo. É tendência. Virou tema obrigatório nas faculdades. Agências, empresas, instituições, setor público têm oferecido vagas (LONGE DO IDEAL, SIM, MAS) não só com salários melhores, mas mais benefícios. E, principalmente, com jornadas mais justas e horas extras, vejam só, remuneradas.

Nossa função é VALOROSA. ALTAMENTE TÉCNICA. Exige MUITO ESTUDO. E DÁ RESULTADOS.

Por favor, não me entendam mal. A gente também trabalha que nem louco. Não está fácil – muitos colegas desempregados, aliás. E dou muito, muito valor ao trabalho heroico de quem está em redação.

Ainda assim, sou emocionado. E você, tem orgulho do que faz?

Finalizo com o comentário que fiz (melhorando aqui e ali) no post da Diana:

“Sou jornalista antes de tudo. Respiro jornalismo. Faço notícia, ainda que indiretamente, todo dia. Entrevisto gente, apuro informação, tenho dead line, produzo, edito, reviso texto, áudio, vídeo. Já trabalhei na Folha, mas este momento é de longe o topo da minha carreira, como profissional que todo dia muda o mundo, realizado e feliz. Ninguém realmente sabe exatamente o que fazemos como RPs / assessores de imprensa (nem mesmo jornalistas de redação). Somos “bruxos”, admirados e odiados, sempre fazendo magia para as redações, para os clientes E PARA A SOCIEDADE.”

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